sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Por Trás da Cortina

Autora:Ilza Saldanha

Quantos mistérios
Envoltos no tempo.
Pacotes escondidos no espaço,
no subconsciente,
se abrem incidentalmente
de forma surpreendente.

Após a cinza
aproxima-se sorrateiramente
um vulto por trás da cortina.

Ninguém imagina
inesperada torrente
de águas cristalinas,
depois dos sinais
deixados nos caminhos
pelos vendavais.

De altos e baixos
vivem humanos inseridos
no tempo e no espaço.
Num mundo onde foram gerados.

Se hoje são ou não são,
amanhã é diferente:
Tudo está empacotado
É segredo Divino.
É mistério, portanto, não revelado.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Marco do Evangelho em Oliveira dos Brejinhos, uma Pacata Cidade do Interior da Bahia

Texto escrito por Ilza Maria Saldanha Ribeiro, em homenagem ao seu pai, o Pastor Aurélio Saldanha, precursor do Ministério: Igreja Pentecostal O Brasil para Cristo na cidade de Oliveira dos Brejinhos - BA


O 1° Pastor evangélico da cidade de    Oliveira dos Brejinhos- BA
 Pr.AURÉLIO SALDANHA ROSA

Vindo de uma família humilde e numerosa. Casou-se, teve nove filhos, todos saudáveis, até que na década de 1970, ele converteu-se ao espiritismo, chegando a ser porteiro do templo da referida religião. Na mesma década, digo eu, que foi para que o nome do Senhor Jesus viesse a ser exaltado em nosso município, um de seus filhos apresentou um problema de saúde que o levava a sofrer desmaios acompanhados de muitas dores. O fato fez com que o Sr. Manoel vendesse sua única propriedade, da qual tirava parte do sustento da família, além da casa de morada e partisse para são Paulo em busca da saúde de seu filho Alberto. Sr. Manoel permaneceu em são Paulo, onze meses. Certo dia assistindo a um culto da igreja Deus é Amor pela televisão, Sr. Manoel ficou admirado com as maravilhas de Deus. Os dias foram passando e ele foi tomando gosto pelos cultos evangélicos assistidos pela TV, até que em um abençoado dia, o Espírito Santo o guiou para o templo da igreja, da qual ele vinha assistindo aos cultos pela televisão. Chegando lá os carros já estavam de partida para o local aonde ia se realizar o batismo de centenas de pessoas. Acontece que, para qualquer novo convertido se batizar era necessário que antes do batismo ele se preparasse, participando de um importante estudo referente ao ato e à nova vida de cristão, como ainda acontece nos dias atuais. Sr. Manoel que era um tanto apressado e ansioso, quando queria alcançar um objetivo. Não sabendo ele, que era necessário preparar-se para o batismo, foi aos ministros responsáveis pela cerimônia e disse:
- Quero me batizar.
- Hoje o Senhor não pode. Precisa se preparar.
-Já estou preparado. Decidi que quero ser crente e quero me batizar. Li na Bíblia que João Batista batizava todas as pessoas que se chegavam até ele sem precisar de preparo algum que não fosse o desejo de se fazer filho de Deus !
Os ministros lhe explicaram que não seria possível a realização de seu batismo naquele dia porque ele não tinha sequer participado do estudo que se faz antes do cerimonial e nem ao menos dado seu nome para ser batizado. Mas o homem não queria saber das explicações dos ministros. O que ele queria mesmo era ser batizado. Os ministros olhando para ele diziam: olhe o tamanho do seu cabelo! Nem o cabelo você cortou! Sr. Manoel foi ficando nervoso, e disse aos ministros que havia barbearia ali por perto que se fosse este o motivo, seria fácil resolvê-lo. Os obreiros reforçavam as explicações sobre a importância do estudo para o batismo, mas o novo convertido não queria saber, acabou dizendo-lhes que se ele morresse naquela hora, eles seriam culpados de sua partida para a eternidade sem ser batizado. Preocupados com o que disse o novo convertido, resolveram batizá-lo. Foi o dia mais feliz da vida de Sr. Manoel, que ao sair dali, foi direto a uma loja, comprou uma vitrola e alguns discos evangélicos, bíblia, harpa... Completou-se os onze meses naquele lugar, seu filho sendo assistido no melhor hospital da época, o hospital da Clinicas. A saúde dele continuava do mesmo jeito. Segundo os médicos a única solução era tomar, para o resto da vida uma determinada medicação, costumeiramente medicada às pessoas que têm epilepsia. Sr. Manoel resolveu, então, voltar com o seu filho para sua terra, uma pacata cidade do interior da Bahia, trazendo consigo uma vitrola, alguns discos, bíblia e harpa e o melhor de todas estas coisas um novo coração, convertido ao senhor Jesus, com a certeza de sua salvação. Chegando a sua cidade, onde ninguém conhecia o evangelho de Cristo, com a ousadia do Espírito Santo e a autoridade de Deus, o Sr. Manoel, que nunca havia freqüentado uma escola, pouco sabia ler e escrever começa a pregar a palavra de Deus, reunindo pessoas em sua própria casa para cultuar e adorar ao único que merece toda a nossa honra e nosso louvor. Na época era muito difícil a evangelização, devido à falta de conhecimento do povo com relação à verdadeira doutrina cristã, mas, mesmo em meio às adversidades,que nem se comparam às da atualidade,com suas pregações e suas visitas missionárias, a semente do evangelho começa, aí, a ser semeada em cada reunião. Pouco a pouco o povo vai se convertendo. O poder de Deus é derramado nos cultos na casa do Sr. Manoel. Pessoas vão sendo libertas e curadas. O número de pessoas foi aumentando, o espaço de sua casa foi ficando pequeno, os colaboradores foram aumentando, até que ele resolveu alugar um salão maior. As bênçãos do Senhor eram constantes, o Sr. Manoel esperou com paciência e para a honra do nome de Jesus, seu filho ficou curado e não precisou mais tomar remédios. O número de irmãos continuou aumentando, cujo resultado foi a construção do primeiro templo evangélico em sua cidade, denominado Igreja Pentecostal O Brasil Para Cristo. Nesta época Sr. Manoel passou a trabalhar ombro a ombro com o seu irmão, o Pr. Antônio, da Igreja O Brasil para Cristo, que veio para a Bahia, pastorear o rebanho de um povoado pertencente ao mesmo município. Então, Sr. Manoel, que sofreu muitas humilhações no princípio por causa da época e resistência da própria população com relação ao evangelho. Foi ungido a pastor pelo Pr. Antônio. O evangelho cresceu na cidade e em vários povoados do município, pois o Sr. Manoel tinha uma sede tão grande de ganhar almas para Cristo, que viajava quilômetros, subindo, descendo serras e atravessando riachos a pé embaixo do sol ardente do sertão nordestino para evangelizar. E assim que ele conseguia, não media distância para cultuar com estas pessoas e levar a santa ceia do Senhor para elas. Mas as lutas do ilustre missionário não eram pequenas, pois, ele ainda não tinha conseguido ganhar sua própria esposa e a maioria dos seus filhos para Jesus, porém jamais desistiu de pregar o evangelho para eles. Mesmo diante de tantas dificuldades, perseverou orando, firme na palavra de Deus, em busca da conversão do restante da família, visto que na época, de sua própria família ele contava apenas com seus dois filho mais velhos. Hoje, o município consta com várias igrejas evangélicas, não apenas do Brasil para Cristo, mas também de outras denominações dentre elas a Assembléia de Deus, Batista, Deus é amor e outras. E para a honra e para a glória de Deus e felicidade de Pr. Manoel, os membros de sua família, atualmente, são quase todos evangélicos, pregadores da palavra de Deus. Uma de suas filhas que a pouco tempo se converteu juntamente com o seu esposo e seus dois filhos, conta que seu pai já se encontra de idade avançada e que sente saudades do seu entusiasmo, de sua alegria, do seu cuidado com as ovelhas, com a casa de Deus e enfim com toda sua dedicação para trabalhar na seara do senhor. Ela diz que se lembra, sente saudades, quando juntamente com sua mãe, que não era evangélica ainda, mas que ajudava muito bem o seu esposo, preparava refeições para caravanas de irmãos que vinham assistir ao batismo numa lagoa situada nas proximidades da cidade e outras vezes para assistirem outra festividades da igreja. Esta filha do Sr. Manoel, que hoje é evangélica diz que gostaria de voltar ao passado para fazer parte do grupo de crianças, de adolescentes, jovens e alegrar-se juntamente com o seu pai, pois ele era um atuante servo de Deus, fervoroso, alegre apesar das tantas lutas pela sobrevivência, trabalhando como pedreiro, para sustento da família, visto que, tinha uma escadinha de nove filhos e ainda sobejava tempo e muitas vezes dinheiro para a construção do templo atual, devido ao número de dizimistas que era pequeno, no princípio da obra. Foram muitas as vezes que ele juntamente com alguns irmãos trabalhavam durante a semana para o sustento da família, e, aos finais de semanas e feriados no templo que depois de pronto ficou lindo.O mesmo, hoje está na direção de um Pastor, que tem se mostrado digno de ocupar o lugar do Pastor anterior.
Que Deus o abençoe pelo zelo e dedicação por Sua obra, hoje e eternamente.

(Este foi um acontecimento verídico, cuja história só foram mudados os nomes dos personagens). Registrado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro em
setembro de 2008.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Revista "O Verbo"

Sexta-feira, 12 de Junho de 2009
Revista "O Verbo nº1"

Revista "O Verbo nº1"
Caros amigos:

A Comunidade dos Novos Escritores do Brasil organizou e publicou a revista 'O Verbo nº 1", onde encontram-se dois poemas meus e obras dos vários escritores do Brasil.
A referida revista está à venda no endereço:

www.clubedaleitura.info

[POEMA] Poesia

Ilza Maria Saldanha Ribeiro

Sentimento que brota na alma
Desabrocha em um poema
Como a flor com o seu perfume e cor,
No jardim, escreve versos de amor
Para encantar o coração do leitor

É ternura no olhar,
Carinho no gesticular,
Sensibilidade nas ações,
Música no falar.

Emoções saltitantes nos corações
De quem sente o desejo
De expressar frases com toques de canções

Canções sentimentais oras tristes, oras alegres
Não importam as qualidades dos versos.
Se preciso fosse complicá-los tanto
não careceríamos transferi-los para o papel como fez Cordel.

Poesia...é simplicidade até quando se fala dos assuntos
mais complexos para muitos...sentimentos
consequentes de circunstâncias da vida
que guardados na própria alma, incomodam a gente
a ponto de sentir o desejo de dividi-los com outra gente
capaz de entendê-los...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Conto: A Revelação do Passos

Autora: Ilza Saldanha

Tic, tac, tic, tac, tic, tac... O relógio bateu meia noite em ponto, quando Angélica assustada, desceu correndo a escada, foi direto ao quarto de sua mãe e bateu na porta. Sem saber o que estava acontecendo, a mãe abriu a porta, abraçou a filha acalmando-a, de modo que a moça voltou ao seu estado normal, direcionou-se para o seu quarto, apanhou uma revista e começou a ler uma reportagem um tanto interessante. De repente ela escuta uns passos, como se alguém estivesse se aproximando. Parou um pouco para prestar atenção se era uma simples impressão ou se realmente havia alguém andando na sala, mas não escutou mais nenhum barulho. Ao averiguar que não havia nada de anormal, Angélica levantou e foi até a cozinha tomar água. Lá encontrou sua mãe:
_ Então, foi a senhora que esteve andando próximo à porta do meu quarto?
_ De modo algum, filha. Eu cheguei aqui agora, por quê?
Angélica com ar de preocupação replica:
_ Ah, é por que eu estava agora mesmo em meu quarto lendo uma revista e ouvi ou tive a impressão de ouvir passos.
A mãe de Angélica também não conseguira dormir, visto que, com ela estava acontecendo a mesma coisa, não querendo assustar a filha, responde:
_ Deve ser impressão sua. Vamos para o seu quarto. Vou fazer-lhe companhia, só por hoje. Não vá se acostumar!
No quarto, as duas começam a conversar, de modo que já haviam esquecido o ocorrido, quando escutam alguém bater à porta:
_ Pá, pá, pá, pá,... Por favor, Angélica, abra essa porta! Eu preciso lhe falar!
D. Cláudia assustada diz:
_ É o Pedrinho. O que será que está acontecendo nessa casa?
Angélica abre a porta e pergunta:
_ O que foi Pedro, por que você está chorando?
_ Não consigo dormir, gente! Há alguém caminhando na sala! Eu escuto os passos!
Um perguntava ao outro o que poderia ser, porém nenhum dos três saberia explicar a origem do tal barulho.
A confusão não se encerra por aí. O chefe da família, o herói da casa, como sempre pensam os filhos, por volta das duas horas da manhã, também, acorda ouvindo os misteriosos passos abre a porta do quarto, não ver nada. Sai à sua procura da esposa pela cozinha, banheiro e a encontra com o garoto no quarto da filha, todos em confusão com o ocorrido. Sr. Antônio sorrindo, diz:
_ Ué, eu também acordei com um barulho de passos de gente que calçava sandálias de saltos... Sei lá! Às vezes pareciam passos e outras pareciam que arrastavam um calçado, alguma coisa assim... E daí, vocês estão com medo , por que? São só uns passinhos e nada mais! Já olhei a casa toda e não vi anormalidade alguma!
Uma verdadeira confusão na noite de quinze de setembro na casa dos Mangas.
Amanhece o dia, a família continua na cama, por causa da luta que fora durante a noite. Só a empregada Maria, que chegou cedo para adiantar os afazeres domésticos, fica admirada por encontrar seus patrões ainda dormindo.
Sr. Antônio Manga sai do quarto, apavorado com o horário:
_ Meu Deus perdi a hora!Maria o meu café? Rápida Maria, não demore!Estou atrasadíssimo!
A empregada pergunta:
_ Por que o senhor está acordando agora? Nunca cheguei aqui para encontrá-lo dormindo. E a D. Cláudia onde está?
_ Ah, você não sabe o que aconteceu aqui em casa essa noite! Assombração!
_Assombração!
_ Isso mesmo que você acabou de ouvir. Nós só conseguimos dormir às quatro horas da manhã. Tanto eu quanto sua patroa e as crianças ouvimos passos durante a noite, o pior de tudo é que não descobrimos a origem dos mesmos. Espero que não vire um ritual. Não posso perder sono!
_ Nossa! É preciso tomar cuidado com essas coisas! Na casa da minha vizinha aconteceu algo parecido. A menina estava vendo uma sombra na cabeceira de sua cama todas as noites, no mesmo horário e não deixava ninguém da casa dormir. Foi preciso os seus pais convidarem um homem que mora lá perto, que entende desses assuntos, para orar.
Senhor Antônio fica assustado:
_E aí Maria, o que devemos fazer?
_ Chame logo alguém para abençoar essa casa, que, mais nunca aparecerá assombração.
Após ter arrumado a cozinha, Maria vai fazer a faxina, fica surpresa ao encontra uma das sandálias de Angélica embaixo do armário da cozinha. Sabendo que a menina é cuidadosa, que jamais iria deixar uma sandália jogada em qualquer lugar da casa, vai ao encontro de Angélica, apresenta-lhe o calçado e pergunta por que o deixara embaixo do armário. A moça afirma que nunca deixara sapato algum fora de lugar. Mas ninguém imaginava a causa daquele sapato se encontrar embaixo do armário da cozinha, nem se lembrava da cadelinha mimada que Angélica criara em casa, a Lili, uma gracinha de animal que tem mais de racional, do que de irracional; cujo comportamento é de uma menina vaidosa que imita a irmã mais velha em tudo.
E só de imaginar que Dona Cláudia já estava pensando em convidar um Padre ou um Pastor para orar em sua casa...
Ainda bem que o convite ficou para o dia seguinte. O pesadelo foi só por uma noite, pois, logo mais, por volta das onze horas , quando Angélica voltava para o seu quarto, encontra Lili saindo com um dos seus sapatos.

Nossos Irmãos

AUTORA:
Ilza Maria Saldanha ribeiro

Seres sedentos de água e pão
Vagueiam pelas ruas da África
E de outros continentes
Sem encontrar solução.

Povos da Somália,
Humanos de Gana,
Gâmbia e Mauritânia,
Nossos irmãos.

Ossos ambulantes
Perambulam na Etiópia
Em situação gritante
Gemendo a falta de amor
Que os irmãos fartados
Poderiam recompor.

Irmãos fartos das farturas
Em função de suas culturas
Geram as guerras
Que espalham ossos pela terra


No oriente,
hoje um tormento:
Seres sedentos de paz
Não têm culpa dos acordos
entre seus governantes tais.

Andam em julgo desigual
Precisam de uma trégua...
Em vez de instrumentos de guerra
Saciem as necessidades 
dos irmãos flagelados da terra!

Crônica:Circunstâncias da vida

Ilza Maria Saldanha Ribeiro

Tirei um tempinho para pensar em uma das coisas que gosto de fazer e resolvi escrever o seguinte texto, que se alguém se prontificar a ler e comentários fazer não custa a mim, de coração, agradecer.

Quantos tesouros escondidos no cume de cérebros humanos que não têm tempo para pensar em nada que não seja a conquista do pão de cada dia? Cabeças topadas de planos repetitivos e ações diárias. Intelectos cansados, enfadados, mas, contudo seguram a bagagem, mantêm a qualidade de seres racionais, imagem e semelhança de Deus, e por isso, dentre os seres vivos os mais especiais. Indivíduos, porém, humanos que conseguem captar, lá no topo da alma, idéias, todavia desorganizadas, registrá-las numa lâmina de papel, que após um tempo revisto, descobre-se que não foi por acaso, e sim, um desabafo com características de obra de arte. Tais codificações de palavras provindas do emocional, constituintes de pensamentos emersos nos intervalos de tempos empregados em execuções de tarefas resultantes de obrigações circunstanciais da vida, quer queira, quer não, entender e perceber o espinho da responsabilidade que crava, que faz vidas escravas por natureza de serem humanos. O que nem se compara á leveza de uma Cabeça livre e propensa a filosofar, mente preparada como um solo fértil, onde qualquer semente é geminada facilmente. Planta que cresce viçosa, com força para florescer, dar sombra ou produções inigualáveis. Obras investidas de cognições, cujas sementes revestidas de senso possibilitam novas criações, que virão resplandecer nos palcos e palácios da vida dos aptos a apreciarem os frutos que foram colhidos pelos talentos que por falta de tempo não foram abatidos como ovelhas, que levadas ao matadouro deixaram de existir, ou como pássaros tristes, esmorecidos em meio ao caminho, perderam seu estilo, suas penas perderam o brilho, pararam de cantar, devido à fraqueza, sem ter com o que se alimentar. Curiós viram miniaturas de corvos, canários aparecem em tristes cenários de calamidades: artistas que não tiveram tempo de exporem suas artes.

Artistas que não chegaram a ser por merecer devido aos talentos que lhes foram concedidos, mas pelo fato de ganharem a vida aproveitando as oportunidades para satisfazerem suas necessidades mais essenciais do que as de artistas serem pelo prazer que têm de tais artes exercerem.

[POEMA] O Prazer de escrever

Ilza Maria Saldanha Ribeiro

Não sou escritora profissional
sou amadora que escreve o que sente,
que aparece na mente:
chuva, vento, sol, céu... E como tal,
volta e meia, meia volta pego em um lápis
e transfiro tudo para o papel;
seja na alegria ou na dor
escrevo pensamentos, versos de amor...
e não só tenho como amigos
para o ato o lápis e o papel
como também o teclado do computador.
Desde menina, em meus cadernos,
livros da escola escrevia em cantinhos
das primeiras páginas versinhos
que apareciam, às vezes do nada
nas horas vagas.
Muitos foram levados pelo vento.
Hoje não é diferente
Sou professora realizada, continuo escrevendo.
Tenho um livro registrado
Mas nada publicado.
O meu prazer é escrever,
e não minhas idéias vender.
Apóio os profissionais da literatura
Mas sobreviver dessa arte não constitui parte
De minha estrutura

(Oliveira dos Brejinhos - BA, 13/03/2009)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Conto: Saudades

Ilza Maria Saldanha Ribeiro

Não são poucas as vezes que me pego a recordar dos meus tempos de criança. Comigo, meu pai, minha mãe e meus irmãos, éramos onze em minha casa. Nossa rotina era legal. Acordávamos cedo. Meu pai ia para a lida. Ele era pedreiro, mas quando não tinha nenhum serviço para fazer na cidade ele ia para a roça. Minha mãe aprontava aquele cafezinho torrado e passado no moinho por ela mesma ou pelos filhos: era o primeiro cafezinho matinal. Depois ela fazia o cuscuz do milho, cujos grãos eram colocados de molho, à noite para no dia seguinte passá-lo ao moinho da casa de minha avó. Era um sacrifício para passar o milho. Todos corriam para não ajudar, mas depois do cuscuz pronto todos queriam saboreá-lo. Depois íamos para a escola. Não tinha merenda naquela época. Na hora do recreio partíamos para casa, atrás de algo para merendar. Nossas merendas eram as mais simples: quase sempre era um pedaço de rapadura, que por sinal, muito boa naquela época, uma fruta... quando tinha! Nos finais de semana, que não havia aulas, meus pais arrumavam nossa bagagem e íamos para a roça. Era muito bom. Eu gostava muito do café que meu pai fazia com pedra dentro da chocolateira. É isso mesmo! Estranho hábito para os dias de hoje. Dizia ele que era para não precisar coá-lo. E o feijão com maxixes, carne seca ou de sol como muitos costumam falar... Era uma delícia. Eu e meus irmãos divertíamos bastante lá, procurando ninhos de codornas. Quando voltávamos para casa, cansados dormíamos mais cedo ainda, do que nos outros dias. Digo isso porque naquela época não havia televisão, nem computador, nem tampouco luz durante toda a noite; assim as pessoas não tinham motivos para dormirem tarde. No dia seguinte começava a lida novamente. Sempre nossos horários de escola eram pela manhã. Lembro-me como se fosse hoje, chego até a ouvir minha mãe me acordando para ir à escola:
_ Menina, levante! Já são quase sete e meia. Está quase na hora da escola, você ainda vai tomar café e escovar os dentes!
Eu com muita preguiça de dentro do quarto resmungava em baixa voz:
_ Que chato! Quem inventou escola?
_ Menina! O café está na mesa, só falta você.
Aborrecida, mal humorada sentava-me na cama e respondia, sem deixar transparecer que eu estava com raiva, pois naquele tempo tínhamos que demonstrar respeito, nem que fosse aparente aos pais:
_Estou indo mãe.
À tarde íamos para o riacho que ficava logo no fundo da nossa casa. Era a nossa piscina natural, quando não íamos para lá, ficávamos brincando de casinha no quintal, onde havia pés de laranja, de limão, goiabeira... nos quais armávamos nossos balanços e redes. Era só alegria e diversão. Meninas até aos quinze anos de idade, brincava de casinha. Dificilmente aparecia uma notícia sobre alguma delas com namoricos ou algum comportamento relacionado. Além da família ser numerosa, nós tínhamos muitos amigos. À noite enquanto meus pais proseavam com seus amigos, nós brincávamos de esconde-esconde, de roda, de três três passarão e tantas outras brincadeiras. Ás vezes enfrentávamos uma barra que era acordar cedo para apanhar lenha com meus pais; outras vezes para irmos à roça catar feijão, colher milho e cortar cana para dar aos porcos, pois na época meu pai, também criava porcos para vender. Para meus pais podia ser até cansativa a lida, mas para mim e meus irmãos às vezes era diversão era diversão. Recordo-me muito bem que no alpendre da minha casa havia um cortiço de abelhas. Elas fabricavam um mel de ótima qualidade, pois era feito do néctar extraído das flores das laranjeiras, limoeiros e ouras espécies de flores que havia ali por perto. De vez em quando eu e meus irmãos colocávamos o cortiço em cima da mesa que havia no alpendre, abríamos o mesmo e tirávamos uma porcelana cheia de mel, muito alvo. Enquanto uns iam tirando o mel, os outros iam fazendo a massa de barro para tampar novamente o cortiço e colocá-lo no lugar. Era engraçado! Nós ficávamos com o corpo coberto de abelhas e ninguém tinha medo delas. Tirávamos o mel e ainda adquiríamos a cera para modelarmos o que quiséssemos. Nos finais de semana, quando não íamos para a roça, fazíamos piqueniques embaixo de uma mangubeira que ficava na margem do riacho. Todas as meninas e meninos contribuíam com um pouco de alimento. Ali nós cozinhávamos os alimentos, todos comiam, descansavam e logo depois iam tomar banho na piscina natural. Todas as crianças zelavam o lugar onde tomavam banho. Quando o lugar estava muito cheio de folhas de árvores, todos se juntavam para fazer a limpeza e às vezes para tirar as pedras para possibilitar uma fundura adequada ao nosso tamanho. Na época dos cajus, meu pai trazia da roça o embornal cheio de castanhas, á noite no quintal de nossa casa ele acendia o fogo, e, enquanto assava as castanhas, ficávamos nos esquentando com a quinturinha do fogo. Após assadas as castanhas, juntávamos todos para quebrá-las. Era uma festa! Meus pais cuidavam de nós com muito carinho e dedicação. Eles faziam de tudo para nos agradar. Meu pai gostava muito do campo. Tudo que ele via de novidade por lá, trazia para nós. Em nossa propriedade havia dezesseis pés de umbus e no tempo dos frutos nós chamávamos nossos amigos para apanharmos umbus e cada um levava uma sacola e trazia cheia. Quando chegávamos em casa as sacolas estavam pela metade, porque vínhamos conversando e chupando umbus. O tempo passava tão rápido que nem percebíamos a distância da roça até nossa casa , nem o cansaço. Não me escapa da memória, quando minha mãe estava costurando o vestido do baile de formatura de minha irmã mais velha e eu ficava pegando os retalhos daquele tecido azul brilhante para fazer roupas para minhas bonecas. Eu perguntava a minha mãe:
- Que graça tem passar a noite dançando? Para mim, a melhor coisa da vida é brincar com as minhas bonecas de pano feitas por você mãe, brincar de esconde-esconde com os meus amigos e outras brincadeiras.
Minha mãe paciente como sempre, explicava para mim as fazes da vida:
_Filha, hoje você é uma criança, necessita de brincar. Sua irmã é uma mocinha, precisa de outras diversões. Mais tarde você entenderá o comportamento dela.
Dois anos depois, achando que já estava preparada para ser como minha irmã, eu a acompanhei em um baile de casamento, do qual jamais esqueço. Foi um fato marcante. Meu Deus! Como sofri. Fiquei a noite toda sentada em uma cadeira dura, cochilando. Ah! Como eu desejava uma cama para dormir naquela noite! Mas valeu, pois contribuiu para que eu viesse a me tornar uma pessoa prudente a ponto de pensar antes de ir para qualquer lugar ou de tomar qualquer atitude precipitada.
Hoje eu fico a recordar! Como foi bom o meu tempo de criança! Jamais irei apagá-lo da lembrança.


Texto registrado na Biblioteca Nacional

segunda-feira, 1 de junho de 2009

[CONTO] Chega Jesus, Resplandece a Luz

Ilza Maria Saldanha Ribeiro


Joana, a quinta filha de um humilde casal, uma menina meiga, cheia de sonhos. Natural de uma cidadezinha do interior da Bahia. Aos dezessete anos conhece Tiago, na escola onde estudava, que é natural de uma cidade vizinha a dela. Tiago veio ajudar o seu irmão que estava construindo sua casa. Joana e Tiago começaram a se encontrar depois das aulas no jardim da pracinha, num banco em meio a uma porção de flores amarelas que exalavam seu perfume.Mesmo com a rigorosidade dos pais da garota, cada dia que se passava os encontros eram mais freqüentes. Eles se tornavam, mas próximos. Nasceu um lindo romance que foi se fortalecendo com o passar do tempo, até que eles resolveram se casar, mesmo sem ter absolutamente nada a não ser o amor. Sem explicação, o casamento realizou-se numa sexta feira treze de agosto de um mil novecentos e oitenta e dois. A cerimônia não foi realizada na referida data, para desafiar os supersticiosos, pois, na época, o casal era tão simplório, que nem imaginavam que a significação da mesma para muitos era azar. Casaram-se, foram morar com os pais de Joana. Com muito esforço, o pai seu lhe deu um terreno e os dois começaram a construir sua própria casa. Deram início à compra do material e da construção da casa. Tiago não tinha emprego. Ele fazia de tudo um pouco. Até descarregar caminhão, ele se submetia para ajudar sua esposa, que havia arrumado emprego de professora numa escola, no mesmo ano em que se casou. No ano seguinte, um novo prefeito eleito despede Joana do seu emprego e coloca outra pessoa em seu lugar. A casa já estava quase construída, só faltava colocar o telhado. O casal ficou decepcionado, pois mesmo com tantas dificuldades, com pouco dinheiro eles estavam construindo o seu cantinho para ali morar. Contudo, Deus estava no controle da situação. Ele estava presente naquele relacionamento, pois o pai de Joana já era servo do Senhor. O pai de Joana era pastor evangélico naquele lugar e vivia em constante oração pela conversão de sua família. Joana e seu esposo ainda não eram evangélicos, mas, com certeza já estavam usufruindo dos frutos das orações de seu pai, tanto que logo apareceu um casal com uma casa localizada em uma rua próxima à rua onde moravam os pais de Joana, querendo trocar sua casa na casa deles, mesmo sem o telhado. O casal queria uma casa maior. Deu tudo certo, trocaram as casas. Joana arrumou um emprego para dar aulas em um colégio particular. Quando fizeram quatro anos de casados, ela engravidou do seu primeiro filho. Em outubro de 1986, ela deu a luz a uma linda criança! Um menino de olhos verdes, como os olhos da avó paterna. Joana resolveu parar de trabalhar, pois naquela época não tinha licença à maternidade e além do mais o colégio pagava muito pouco por cada aula dada. O casal passou por muitas dificuldades. Havia sábados que era necessário o pai de Joana doar os alimentos para eles comerem durante a semana porque eles não tinham como se manter. Além disso, sempre havia um doente na família, a criança quase sempre estava com problema de garganta, gripe e não era só a criança. Tiago também estava sempre resfriado, com febre. A casa do casal precisava de reformas. Na sala havia uma linha na parte central do telhado, que já estava quase toda comida de cupim. Ela olhava para cima e logo sentia o medo daquela linha despencar sobre sua família. Todos que entravam na casa do casal percebiam a armadilha com a qual se parecia o telhado, iam imediatamente falando que aquela linha iria cair, pois estava desgastada pelos cupins. Ao saírem ao quintal, percebiam também as paredes, ou seja, o muro que estava preste a desabar em conseqüência da água do esgoto que passava por baixo dos alicerces. A reforma da casa era necessária, mas o casal não podia fazer nada a não ser ficar constrangido e humilhado pela sensação de incompetência para realizar o suprimento se suas necessidades. Tiago era o melhor pintor da região. Fazia letreiros em paredes como ninguém. Até que ele faturava uns bons trocados com a sua arte, mas era um assíduo jogador de cartas e tudo o que ganhava investia nos jogos. Naquela época, Tiago não se dava conta de que ele era um verdadeiro escravo do jogo, pois tudo que ele fazia era em função das cartas. Recebia o dinheiro e corria logo ao bar mais distante de sua casa para que sua esposa não viesse a lhe incomodar. Só voltava para casa depois de perder o que tinha. Às vezes ele conseguia ganhar, aumentar o que levava consigo, mas isso era uma raridade e também não servia para nada a não ser para devolver ao mesmo bar onde havia ganhado aquele dinheiro. A vida não era fácil para a família. Passavam sérias dificuldades. Faltava tudo em casa. E a partir daí vinham as brigas, porque Joana ia dar conselhos ao seu esposo, ele ficava bravo, queria ter razão dizendo que um homem precisava se divertir. Mesmo assim em meio às lutas ela engravida novamente. Em junho de 1991, ela dar a luz ao segundo filho, uma outra linda criança para a alegria do casal. Certo dia aconteceu algo que no momento foi um tanto complicado, mas com certeza foi para que o nome do Senhor Jesus viesse a ser exaltado. Enquanto Joana dava aula no colégio onde trabalhava, seus dois filhos chegaram espantados, chorando dizendo a ela que o pai deles encontrava-se hospitalizado, com uma hemorragia. Apressada, a professora saiu ao encontro do seu esposo. Isso foi numa terça feira de agosto de 1988. Não me lembro a data do mês, mas ainda bem que não foi numa sexta feira. Meu Deus! Que dia horrível para aquela família! Foi uma noite de terça para quarta feira, atribulada. Joana passou a noite no hospital acompanhando seu esposo e ao lado da cama dele, estava um senhor com muita dor de cabeça e somente alguns dias depois, eles ficaram sabendo que aquele homem estava com meningite. Como Deus é misericordioso para nos perdoar mesmo estando nós ainda em pecado, e, maravilhoso para guardar e proteger seus escolhidos. Foi uma experiência que Joana diz não desejar que ninguém passe por ela. Tiago passou a noite perdendo sangue, agoniado. Joana, apesar de ainda não ser uma cristã atuante, vendo-o naquela agonia, entrou no banheiro, ajoelhou-se e clamou a Deus pelo seu esposo. Ao sair do banheiro, seu esposo dizendo que estava sentindo enjôos por já ter engolido muito sangue, começou a vomitar e logo depois melhorou, o sangramento parou. Depois de alguns minutos a hemorragia retorna e pela manhã o médico resolveu transportá-lo para outro hospital, de uma cidade vizinha. Antes de ser colocado na ambulância, para ser transportado em busca de recursos em outra cidade, ele vomitou todo o sangue que havia engolido, ficando amarelo como uma flor de algodão. E ali naquele momento devido à falta de sangue no corpo, Tiago sofreu uma parada cardíaca que após massagens feitas pelo médico que estava assistindo-o, ele retornou os ânimos, foi para o balão de oxigênio, logo em seguida viajou em busca do restabelecimento de sua saúde. Joana e as crianças ficaram desesperadas achando que iriam perdê-lo, mas algo dizia para ela que havia solução . Seu esposo ficou oito dias internado, recebeu sangue e depois voltou para sua casa, ainda fraco fisicamente, mas espiritualmente, forte, pois Deus também havia falado ao seu coração como falou ao de sua esposa. Em meio à tribulação, Joana que não gostava de freqüentar nenhuma igreja, foi tocada por Deus e já saiu dali ciente de que Deus ressuscitou o seu esposo, com uma nova vida em Cristo. Prometeu servir a Deus por toda sua vida. Hoje Joana, seu esposo e filhos pertencem à família de Jesus. Com o salário dos dois em seu lar não falta nada, todos têm saúde e acima de tudo o amor. Congregam em uma igreja muito abençoada, oram, louvam a Deus e pregam a sua palavra. E apesar de dizerem por aí que quem vive de passado é museu, às vezes, ela lembra-se do seu passado e compara-o com o presente somente para falar às pessoas que Deus é fiel, que Jesus vive e pode mudar a sua vida e transformar sua história. O que aconteceu foi para que sua família viesse a ser restaurada e o nome do Senhor Jesus ser louvado e provar a todos que se deve agradecer a Deus por tudo o que acontece em nossas vidas, é com a permissão divina, é Seu propósito, e, que devemos depositar a nossa confiança Nele, porque Ele está no controle de todas as situações sejam elas boas ou ruins aos nosso olhos, aos nossos sentidos. Que muitas das vezes o que acontece de ruim para nós em um determinado momento, é permissão de Deus para que venhamos refletir e nos reencontrar coerentemente com o amor divino.
(Oliveira dos Brejinhos, 18 de abril de 2008).

domingo, 31 de maio de 2009

Raciocínio

Autora: Ilza Maria Saldanha Ribeiro

Palavras...
São tantas!
Mas às vezes
Faltam-me no pensamento,
quando quero expressar o que sinto
em determinado momento.
Raciocínio...
Chega e demora por tantas horas...
Porque não chega no momento oportuno
para resolução de um problema que me atormenta?
As palavras sábias, às vezes são covardes!
Quando os maus ventos, nossa casa invade,
Elas fogem.
Quando passam os vendavais,
aparece o raciocínio,
sábias palavras vêem,
ainda se exibindo como as tais,
querendo induzir agente
a voltar e recuperar
o que ficou para traz.
Porque isso não acontece
no momento certo
quando agente carece
dar troco com palavras
e com palavras dar pancadas
em humanos doentes
por serem carentes
de sábias palavras?
Raciocínio rápido...
Quem me dera se isso
acontecesse comigo
todas as vezes que eu precisasse!
Quem sabe...
Sou ainda doente
por sentir a falta de palavra inteligente
que corta a lança e desfaz o arco
que no tempo da colheita
atua em minha mente como um marco?
De uma coisa tenho certeza:
Não sou uma indolente
Preguiça escalando uma árvore
em passos de fel.
Sou humana ativa e consciente,
rumo ao aprendizado
de inesgotável e persistente
sabor de mel.

(Oliveira dos Brejinhos, 13/03/2008
Imagem: Ilza Saldanha

sábado, 30 de maio de 2009

Educar

Autora: Ilza Maria Saldanha Ribeiro
Educar

Acham que sabem.
falam em instruir,
construir, transformar,
lapidar e até reciclar
professores e deixá-los prontos
para educar.
Mas na verdade, o que não sabem,
é que educar é um dos verbos
mais difíceis de se conjugar,
quando conjugar significa educar.
Lêem Freud, Platão, Aristóteles e outros mais.
Copiam exemplos dos sábios tais,
que viveram no passado, onde quase tudo
Já está pro passado.
Esquecem que têm mente e que são inteligentes.
Que podem apelar pelo seu raciocinar
e encontrar maneiras de adequar a educação
à realidade do seu lugar.
Vale a pena tentar o seu potencial usar
para resolver problemas atuais
que estão à humanidade a atormentar.
Quando o assunto é ensinar prepotentes saltam
e se exaltam no falar, mas nada conseguem mudar.
Não percebem que as mudanças vêm devagar,
com o passar do tempo,
com descobertas inteligentes,
que as vezes nem se sentem como e quando chegam até a gente.
A escola hoje existe, mas nem sempre existiu.
Como pessoas em épocas passadas, viveram sem serem educadas?
A resposta está nas necessidades que elas precisavam superar.
Nas barreiras que elas careciam derrubar, 
para seus objetivos alcançar.
Palavras só são palavras, que belas, 
só servem para discursos enfeitar.
Se quiserem colher da terra o fruto,
têm que a ela arar e a semente semear,
sem se esquecerem que em cada ano, pode haver a necessidade
de técnicas agrícolas renovar.

Autora: Ilza Maria Saldanha Ribeiro
04/03/2008.

Oliveira dos Brejinhos - Ba, 04/03/2008.