domingo, 21 de março de 2010

[Conto] Um Mistério

Autora: Ilza Saldanha

Família numerosa, todas as noites, pais, filhos e amigos reuniam-se na sala batendo papo. Saiam histórias muito engraçadas: de pescadores, de garimpeiros, de carreteiros, de vigias, de aventureiros e outras. Escutavam-se as altas gargalhadas há metros de distância da casa. A patroa sempre disposta preparava aquele cafezinho com biscoitos ou torradas Por volta das vinte e duas horas, cada qual procurava seu cantinho para descansar, repor as energias para a jornada do dia seguinte, enfim dormir dormir, pois como diz o ditado niguém é de ferro. Um dos rapazes filho do anfitrião da casa entra para seu quarto na companhia de seu irmão mais velho. Já deitados continuam a conversar:

_ Ainda bem que hoje não vou demorar muito para pegar no sono. Acordei às cinco da matina!

_ É Tonho, eu também dei um duro o dia todo arrumando aquelas mercadorias no armazém, estou cansado.

Léo dormiu enquanto Tonho continuava acordado. O rapaz não era nada bom de sono e em sua sinceridade, visto que não era homem de mentiras, durante o péríodo que ficou acordado, de barriga para cima olhando o telhado coisa misteriosa o deixou um tanto desassossegado. Seu quarto era o da frente, o primeiro da casa. Sua cama ficava com a cabeceira ao pé de uma janela que possuia dois vidros, um de cada lado. Por um dos vidros que havia quebrado ficava apenas o buraco. Na frente da casa que mesmo com as luzes apagadas, havia um poste, cuja lâmpada clareava um pouco o quarto graças àquela abertura na janela, o que possibilitou ao rapaz perceber a aparição de uma estranha mão, de tamanho e cor bastante diferente de mão humana. Era grande,muito branca e vinha daquele oríficio em direção aos peitos do rapaz, retornando em seguida. O ato se repetiu por várias

vezes. Tonho não teve medo, mas achou estranho. Ficando confuso foi para a sala, acendeu um cigarro e deitou-se num velho banco. Após fumar o cigarro disse consigo mesmo:

_Agora vou voltar para minha cama, ver se acabou o delírio, se consigo dormir. Voltou para seu quarto e deitou-se.

Passados alguns minutos a cena se repete.

_Ah, não é possível! De novo? Eu preciso dormir, tenho que trabalhar cedinho!

O moço indignou-se. Não pensou duas vezes: pegou seu colchão, foi para outro quarto e ali passou tranquilamente o restante da noite.

No dia seguinte, na reunião das vinte horas, Tonho começou a contar para todos o drama que assistiu durante uma parte de sua noite...



No dia seguinte, na reunião das vinte horas, Tonho começou a contar para todos o drama que assistiu durante uma parte de sua noite...

Léo, assombrado disse ao Tonho:

_ E eu que pensava que os contadores de histórias da rodada fossem somente o Anibal e o Tio Zé... Agora você também Tonho? Aprendeu, heim?

_ Não! Não é uma dessas... O que eu estou contando é verdade, aconteceu mesmo gente! Não é uma brincadeira, só que eu não tive nenhum pouco de medo, apenas fiquei chateado por não poder dormir bem.

Tio Zé, duvidando da palavra do Tonho levanta-se, vai até ao quarto do rapaz olhar a janela e a posição da cama. Retorna para a sala e fala: é um mistério mesmo porque a distãncia da abertura da janela para a cama não permite que uma mão alcance alguém deitado.



Chega o horário de descansar. Todos procuram seu rumo. Tonho vai para seu quarto novo e Léo direciona-se par o mesmo quarto, o seu quarto de sempre.

Tio Zé mais dois companheiros figem que vão para casa e dão um tempo embaixo de uma árvore que fica em frente da casa dos rapazes. Lá por volta das doze horas, um deles pega um grande ramo da árvore, com cuidado, em silêncio sobe na janela e com o o tal ramo toca o rosto de Léo. O garoto ainda estava acordado, pois os nervos estavam abalados com a história que o Tonho havia contado. Quando o ramo lhe tocou, o tio Zé e seus amigos só ouviram o grito do rapaz que sai correndo para o banheiro. Resultado:

No dia seguinte apareceu mais um contador de histórias... E verídica

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